Nós brasileiros estamos acostumados a ver juras de amor, feitas diante de Deus, serem quebradas por traição, interesses financeiros e sexuais. Casais se separam como inimigos, quando poderiam ser bons amigos, sem traumas. Bastante interessante a reportagem sobre separação. Mas acho que os advogados consultados, por sua competência, estão acostumados a tratar de grandes separações. Será que a maioria dos leitores da revista tem obras de arte que precisam ser fotografadas antes da separação? Não seria mais útil dar conselhos mais básicos? Não seria interessante mostrar que a separação amigável não interfere no modo de partilha dos bens? Que, seja qual for o tipo de separação, ela não vai prejudicar o direito à pensão dos filhos? Que acordo amigável deve ser assinado com atenção, pois é bastante complicado mudar suas cláusulas? Acho que essas são dicas que podem interessar ao leitor médio.
Disponível em: http://revistaepoca.globo.com. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado)
O texto foi publicado em uma revista de grande circulação na seção de carta do leitor. Nele, um dos leitores manifesta-se acerca de uma reportagem publicada na edição anterior. Ao fazer sua argumentação, o auto do texto
- A) faz uma síntese do que foi abordado na reportagem.
- B) discute problemas conjugais que conduzem à separação.
- C) aborda a importância dos advogados em processos de separação.
- D) oferece dicas para orientar as pessoas em processos de separação.
- E) rebate o enfoque dado ao tema pela reportagem, lançando novas ideias.
A alternativa correta é letra E) rebate o enfoque dado ao tema pela reportagem, lançando novas ideias.
a) Incorreta. Não é exatamente na argumentação que ocorre a síntese, mas na contextualização do que fora a reportagem. No entanto, não há certeza sobre quais informações do primeiro parágrafo foram retiradas da reportagem ou do conhecimento de mundo do leitor.
b) Incorreta. O foco do texto é questionar a reportagem e não discutir (ilustrar, contrapor, rever, questionar) os motivos que levam à separação de um casal.
c) Incorreta. A importância dos advogados não é rechaçada, mas também não é exaltada, defendida ou discutida no texto.
d) Incorreta. O texto oferece dicas indiretamente por meio das questões retóricas de seu autor, mas por se tratar de uma carta que comenta uma reportagem, sendo este seu enfoque, as dicas seriam uma consequência do texto. Trata-se inclusive de dicas bem limitadas e genéricas, servindo como exemplos que ilustram ou reforçam os argumentos.
e) Correta. A partir da conjunção Mas no quarto período, o autor do texto inicia sua argumentação rebatendo o enfoque dado pela reportagem, considerado por ele limitador, e propondo um outro enfoque, considerado por ele mais coerente com o público leitor da revista. O autor do texto sugere que a maioria dos casos de separação são de pessoas de um grupo social mais baixo que os citados na reportagem, como podemos apreender pela pergunta, “Será que a maioria dos leitores da revista tem obras de arte (...) ?”