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Texto I

A nossa luta é pela democratização da propriedade da terra, cada vez mais concentrada em nosso país.

Cerca de 1% de todos os proprietários controla 46% das terras. Fazemos pressão por meio da ocupação de latifúndios improdutivos e grandes propriedades, que não cumprem a função social, como determina a Constituição de 1988. Também ocupamos as fazendas que têm origem na grilagem de terras públicas.

Disponível em: www.mst.org.br.Acesso em 25 ago.2011(adaptado).

Texto II

O pequeno proprietário rural é igual a um pequeno proprietário de loja: quanto menor o negócio mais difícil de manter, pois tem de ser produtivo e os encargos são difíceis de arcar. Sou a favor de propriedades produtivas sustentáveis e que gerem empregos. Apoiar uma empresa produtiva que gere emprego é muito mais barato e gera muito mais do que apoiar a reforma agrária.

Lessa, C. Disponível em: www.observadorpolitico.org .br. Acesso em: 25 ago.2011(adaptado)

Nos fragmentos dos textos, os posicionamentos em relação à reforma agrária se opõem. Isso acontece porque os autores associam a reforma agrária, respectivamente à

  • A) redução do inchaço urbano e à crítica ao minifúndio camponês.
  • B) ampliação de renda nacional e á prioridade ao mercado externo.
  • C) contenção da mecanização agrícola e a ao combate ao êxodo rural.
  • D) privatização de empresas estatais a ao estímulo ao crescimento econômico.
  • E) correção de distorções históricas e ao prejuízo ao agronegócio.

A alternativa correta é letra E) e) correção de distorções históricas e ao prejuízo ao agronegócio.

a) INCORRETA. O texto I faz referência direta à concentração fundiária e à necessidade de uma reforma agrária no país. Embora esse contexto seja um dos fatores responsáveis pelo inchaço urbano no país, o intuito dos que defendem a reforma agrária é uma democratização do acesso à terra. O minifúndio é uma propriedade menor que um módulo rural (tamanho mínimo necessário para sustentar e prover progresso econômico e social para uma família de quatro adultos). Esse conceito não está abordado no texto II.

b) INCORRETA. A ampliação da renda nacional em nada se relaciona com o texto I. Já quanto ao texto II, embora se possa dizer que o agronegócio é um grande responsável pelas exportações, a prioridade ao mercado externo não é o enfoque do texto.

c) INCORRETA. No texto II faz-se referência à geração de empregos, o que poderia ser entendido como redutor do êxodo rural, esse não é o enfoque do texto. Além disso, nenhum dos textos faz referência à mecanização da produção.

d) INCORRETA. Embora possamos entender que de acordo com o texto II, o incentivo ao agronegócio seria um estímulo ao crescimento econômico, a privatização de empresas estatais em nada se relaciona com o texto I.

e) CORRETA. A concentração de terras no Brasil é fruto de distorções históricas que privilegiaram o latifúndio desde o início da colonização do país, com a política das Sesmarias (1530 a 1822), passando pela Lei de Terras (1850) e intensificadas pelas políticas da Revolução Verde (meados da década de 1950) que favoreceram às grandes propriedades. Sendo assim, a reforma agrária é entendida como uma necessidade política de correção de uma política de distribuição de terras que sempre favoreceu os grandes proprietários, em detrimento do pequeno e médio produtor. Já o segundo texto, entende que os custos de uma pequena propriedade são altos demais e que uma grande propriedade produtiva e sustentável geraria empregos. Sendo assim, seria mais interessante economicamente o apoio ao agronegócio, enquanto unidade produtiva e geradora de empregos para o trabalhador rural.