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Segundo a Conferência de Quioto, os países centrais industrializados, responsáveis históricos pela poluição, deveriam alcançar a meta de redução de 5,2% do total de emissões segundo níveis de 1990. O nó da questão é o enorme custo desse processo, demandando mudanças radicais nas indústrias para que se adaptem rapidamente aos limites de emissão estabelecidos e adotem tecnologias energéticas limpas. A comercialização internacional de créditos de sequestro ou de redução de gases causadores do efeito estufa foi a solução encontrada para reduzir o custo global do processo. Países ou empresas que conseguirem reduzir as emissões abaixo de suas metas poderão vender este crédito para outros países ou empresas que não consiga.

BECKER, B. Amazônia: geopolítica na virada do II milênio. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.

As posições contrárias às estratégias de compensação presente no texto relacionam-se à ideia de que ela promove

  • A) retração nos atuais níveis de consumo.
  • B) surgimento de conflitos de caráter diplomático.
  • C) diminuição dos lucros na produção de energia.
  • D) desigualdade na distribuição do impacto ecológico.
  • E) decréscimo dos índices de desenvolvimento econômico.

A alternativa correta é letra D) desigualdade na distribuição do impacto ecológico.

a) Incorreta. A alternativa de comercialização de créditos de sequestro ou de redução de gases causadores do efeito estufa, criada pelas partes da Conferência de Quioto, é uma forma de os países centrais industrializados manterem os níveis de produção, sem se comprometerem em reduzir suas metas. Consequentemente, não há associação desses créditos à retração nos níveis de consumo.

b) Incorreta. A comercialização dos chamados créditos de carbono não interfere no relacionamento diplomático dos países. No entanto, revela a especulação gerada pela oferta e procura entre países ou empresas.

c) Incorreta. A questão trata do mecanismo para compensar as emissões de gases causadores do efeito estufa por parte dos países centrais industrializados. Essas emissões são geradas a partir da produção industrial, independentemente da fonte de energia utilizada. Desse modo, não há relação entre a comercialização de créditos de carbono e a diminuição dos lucros na produção de energia, pois a estrutura produtiva tende a se manter como antes da Conferência.

d) Correta. A leitura que se faz da Conferência de Quioto, do ponto de vista da comercialização dos créditos de carbono, é justamente a submissão de países periféricos aos países centrais, posto que os primeiros manterão suas emissões abaixo das metas estabelecidas e os últimos recorrerão à aquisição de tais créditos. Assim, conclui-se que haverá desigualdade na distribuição do impacto ecológico. Esse impacto deve ser maior em países que extrapolem as metas de redução.

e) Incorreta. É incorreto afirmar que haverá decréscimo dos índices de desenvolvimento econômico, pois os ritmos de produção e consumo se mantiveram crescentes após a Conferência. Além disso, os países chamados subdesenvolvidos e até mesmo os países em desenvolvimento tiveram o incremento em suas economias dos valores decorrentes da comercialização desses créditos.